Este texto faz parte de um dos episódios do podcast Punto Ciego, do MUAC (México), e pode ser escutado aqui https://muac.unam.mx/podcasts/punto-ciego no episódio ‘Maternidades’
É a maternidade obrigatória? Quais são as condições de existência da maternidade? Que formas de significação se produzem entre maternidade e um sistema majoritário de reprodução da vida? E que outras formas de fazer maternidade nos atravessam? Mães brancas mães negras mães indigenas mães trans mães. Uma autora negra, bahiana, assistente social, Carta Akotirene em seu livro “Interseccionalidade” fala que tanto Audre Lorde e como Achile Mbembe analisam que enquanto as mulheres brancas tem medo que seus filhos possam crescer e ser cooptados pelo patriarcado, as mulheres negras temem enterrar seus filhos vitimados pelas necropolíticas que militar e confessionalmente matam e deixam morrer contrariando o discurso cristão elitista-branco de valorização da vida e contra o aborto. Reiteramos: o aborto é um direito reprodutivo. E essa relação truncada com a maternidade é uma encruzilhada teórica da qual não se pode escapar. Amamos a nossos filhes nossas filhas nossos filhos, os que tivemos e os que não tivemos. E aqueles que o estado tirou. E a nós mesmas, também nos cuidamos. Maternagem a-feto: matripotências e outras linhagens bastardas contra o patriarcado duro.
{Versión Espanhol}
¿Es la maternidad obligatoria? ¿Cuáles son las condiciones de existencia de la maternidad? ¿Qué formas de sentido se producen entre la maternidad y un gran sistema de reproducción de la vida? y ¿qué otras formas de hacer maternidad nos atraviesan? Madres blancas madres negras madres indígenas madres trans madres. Una autora bahiana negra, trabajadora social, Carla Akotirene en su libro “Interseccionalidad” dice que tanto audre lorde como achile mbembe analizan que mientras las mujeres blancas tienen miedo de que sus hijos crezcan y sean cooptados por el patriarcado, las mujeres negras temen enterrar a sus hijos victimizados por las necropolíticas que militar y confesionalmente matan y dejan morir contra el discurso cristiano elitista-blanco de valorar la vida y contra el aborto. Reiteramos que el aborto es un derecho reproductivo. Esta relación rota con la maternidad es una encrucijada teórica a la que no se puede escapar. Amamos a nuestros hijes, a nuestras hijas, a nuestros hijos, a los que tuvimos y a los que no. Y los que el estado se llevó. Y nosotras mismas, también nos cuidamos. Maternidades a-feto: matripotencias contra el patriarcado duro.